sábado, 17 de julho de 2010

Vazio

Estou bêbado e jogado na cama.
Tudo gira com meus olhos fechados.
Resolvo abri-los a contragosto
E vislumbro minha vida no teto.
Sim... Parece aqueles slides dos anos 70.
Aqueles mesmos que morríamos de vergonha em expor.
Me vi criança tomando banho na piscina Tony,
E jogando frescobol com primos que nem lembro.
Vi meu primeiro beijo,
Meu primeiro cigarro,
E o vomito de vinho à lá exorcista.
Fechei os olhos de novo
Em um misto de nostalgia e horror.
Eu era assim? E isso era bom?
Deussssssssss. Help me!
O que aconteceu ao meu futuro?
Onde pequei, errei ou consumi as felicidades?
Penso: ainda bem que estou bêbado, de novo...
Assim consigo enxergar ou mascarar anseios.
Passei a vida matando esse menino
E hoje sinto falta dele.
Das risadas, da inocência, dos sonhos...
Às vezes ele me parece tão distante.
E outras sou EU, só que maior e mais perdido.
Queria saber terminar essa história,
Mas seria como prever o futuro.
Sou todo errado, eu sei,
Mas ainda guardo a esperança do menino
Em mim.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O que é felicidade?

Os olhos deles se cruzaram,
Foi inevitável o sorriso.
Aquele riso maroto, cúmplice...
Não! Não era atração sexual,
Era reconhecimento.
Ele e ela...
Cada um na ponta de um balcão,
Ele vodka, ela tequila,
Ela Hollywood, ele Malboro
Ele triste e ela também...
Pequenas diferenças e muitas semelhanças.
Os dois sabiam... Ahhh como sabiam
O que os havia feito estar ali,
Atravessar a noite fria de Porto Alegre,
Vencer medos por um trago...
Nenhum deles pensou em interagir,
Afinal a beleza não estava na companhia
E sim em se reconhecer num “alguém”
Naquele momento eles não eram freaks
Existia uma alma gêmea,
E isso fazia a solidão se dissipar.
A noite findou...
Sozinhos ele e ela voltaram a “vida”
Mas aquele olhar,
Aquela, simples troca de olhar,
Fez de ambos um pouco menos infelizes.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fulgás.

Não sei dizer se dores são eternas,
As minhas são quase crônicas.
Não consigo enxergar felicidade
E isso bloqueia minhas pernas,
Veda meu coração,
Paralisa meus pensamentos.
Perdido, fujo...
Vou para meu recanto interior.
Aquele lugar onde nada me atinge,
Mas onde as emoções são veladas.
Vale a pena viver assim
Entre pseudos sentimentos
E “controle”?
Penso que sim
Sinto que não.
Enquanto não encontrar o equilíbrio
Entre a mente e o coração
Serei assim...
Ambíguo e infeliz.