quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ilógico

Antes que o mundo acabe
Ou que eu cabe com o meu
Preciso fazer o fogo que arde
Iluminar como Prometeu

Nessa singela paródia
Nesse pretenso poema
Sou a própria mixórdia
Ou o dito dilema

Tenho muito a perder
Vivo para nada ganhar
Ou de tanto prometer
Criei hábito de barganhar

Então pedi à vida um tempo
E a morte um alento
As duas me atenderam
E, daí? Me perdi...

Sei que o poema não rima
Mas minha vida é assim
Um inconstante sem fim
De um fracasso à obra prima

Se hoje canto em versos
É porque não sei outro jeito
De mostrar os universos
Que trago dentro do peito

Sei que sou pobre na escrita
Mas sou rico na dor
E tudo que em mim grita
Vira um poema de amor

Agora cansei das trovas
E vou falar sério
Quer descobrir o mistério?


Eu também.