quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ilógico

Antes que o mundo acabe
Ou que eu cabe com o meu
Preciso fazer o fogo que arde
Iluminar como Prometeu

Nessa singela paródia
Nesse pretenso poema
Sou a própria mixórdia
Ou o dito dilema

Tenho muito a perder
Vivo para nada ganhar
Ou de tanto prometer
Criei hábito de barganhar

Então pedi à vida um tempo
E a morte um alento
As duas me atenderam
E, daí? Me perdi...

Sei que o poema não rima
Mas minha vida é assim
Um inconstante sem fim
De um fracasso à obra prima

Se hoje canto em versos
É porque não sei outro jeito
De mostrar os universos
Que trago dentro do peito

Sei que sou pobre na escrita
Mas sou rico na dor
E tudo que em mim grita
Vira um poema de amor

Agora cansei das trovas
E vou falar sério
Quer descobrir o mistério?


Eu também.

sábado, 17 de julho de 2010

Vazio

Estou bêbado e jogado na cama.
Tudo gira com meus olhos fechados.
Resolvo abri-los a contragosto
E vislumbro minha vida no teto.
Sim... Parece aqueles slides dos anos 70.
Aqueles mesmos que morríamos de vergonha em expor.
Me vi criança tomando banho na piscina Tony,
E jogando frescobol com primos que nem lembro.
Vi meu primeiro beijo,
Meu primeiro cigarro,
E o vomito de vinho à lá exorcista.
Fechei os olhos de novo
Em um misto de nostalgia e horror.
Eu era assim? E isso era bom?
Deussssssssss. Help me!
O que aconteceu ao meu futuro?
Onde pequei, errei ou consumi as felicidades?
Penso: ainda bem que estou bêbado, de novo...
Assim consigo enxergar ou mascarar anseios.
Passei a vida matando esse menino
E hoje sinto falta dele.
Das risadas, da inocência, dos sonhos...
Às vezes ele me parece tão distante.
E outras sou EU, só que maior e mais perdido.
Queria saber terminar essa história,
Mas seria como prever o futuro.
Sou todo errado, eu sei,
Mas ainda guardo a esperança do menino
Em mim.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O que é felicidade?

Os olhos deles se cruzaram,
Foi inevitável o sorriso.
Aquele riso maroto, cúmplice...
Não! Não era atração sexual,
Era reconhecimento.
Ele e ela...
Cada um na ponta de um balcão,
Ele vodka, ela tequila,
Ela Hollywood, ele Malboro
Ele triste e ela também...
Pequenas diferenças e muitas semelhanças.
Os dois sabiam... Ahhh como sabiam
O que os havia feito estar ali,
Atravessar a noite fria de Porto Alegre,
Vencer medos por um trago...
Nenhum deles pensou em interagir,
Afinal a beleza não estava na companhia
E sim em se reconhecer num “alguém”
Naquele momento eles não eram freaks
Existia uma alma gêmea,
E isso fazia a solidão se dissipar.
A noite findou...
Sozinhos ele e ela voltaram a “vida”
Mas aquele olhar,
Aquela, simples troca de olhar,
Fez de ambos um pouco menos infelizes.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fulgás.

Não sei dizer se dores são eternas,
As minhas são quase crônicas.
Não consigo enxergar felicidade
E isso bloqueia minhas pernas,
Veda meu coração,
Paralisa meus pensamentos.
Perdido, fujo...
Vou para meu recanto interior.
Aquele lugar onde nada me atinge,
Mas onde as emoções são veladas.
Vale a pena viver assim
Entre pseudos sentimentos
E “controle”?
Penso que sim
Sinto que não.
Enquanto não encontrar o equilíbrio
Entre a mente e o coração
Serei assim...
Ambíguo e infeliz.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Despedida

Angustiado venho aqui hoje me despedir de vocês.
Sem poemas em lágrimas, mesmo emocionado, digo adeus.
Aos que me acompanharam nesse tempo fica meu agradecimento eterno.
Só eu sei o quanto as palavras de incentivo, as críticas construtivas e o carinhos que sempre recebi, me ajudaram a suportar essa maldita sina a infelicidade que me acompanha.
Deixo com vocês meu coração e um conselho: continuem escrevendo... Poetar é a forma mais linda de sofrer.
Abraços fraternais a todos.