quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sedução

Ninfa da noite...
Com dedos como garras cravados em meu peito
Os olhos hipnóticos
E pernas que me enroscam numa dança sensual.
Dentes que mordem o pescoço sugando minha vida
Língua que me massageia a pele tirando arrepios
E lábios que se unem aos meus, amantes.
Ninfa da noite...
Se não vem em corpo te tenho em pensamentos
No cheiro do seu perfume entranhado na fronha
Ou na camisola abandonada ao pé da cama.
De olhos abertos te vejo nua.
De olhos fechados te sonho minha.
Ninfa da noite...
Venha logo me domar o corpo,
Prender meu coração,
Tomar posse do que é seu.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Saudades da minha musa

Nostálgica noite...
Entre um gole e um trago me deixo levar
Para onde meu coração foi feliz.
Lembranças lindas mescladas com saudade doida
Prendo-me então nas imagens vívidas de seu corpo
Ou no som de sua voz me dizendo amado.
Uma lágrima tão solitária como eu, cai.
Até elas se esgotaram...
Onde anda você minha musa de olhos claros?
Menina moça que me embalou os sonhos,
Queria ainda te cantar em versos,
Cheios de rimas e palavras de amor,
Mas hoje meu poema é triste.
Nostálgica noite..
O grito de amor preso na garganta:
“Volta logo, eu preciso de você.”

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Inevitável

Divido entre metades conflitantes de mim.
Ando em círculos de fogo que acendi.
Vago sozinho entre lágrimas,
Com dores que eu mesmo causei.
Não tenho culpas, nem raivas... Nada
Somente a certeza do fim.
Sigo adiante sem metas,
Passeando inerte num mundo cão.
Sem alegrias perenes, vivo as efêmeras,
E calo consciente o grito salvador.
Fujo da luz e beleza cegantes,
Prefiro o tato à visão.
Caminho descalço sobre pedras,
Navalhando a carne para suprir tristezas.
Em devaneios me acho.
E entre copos e corpos, morro e renasço.
Até que Deus tenha piedade,
E decrete o definitivo ocaso.

ferida

Ferida exposta,
Carne viva,
Dor lancinante,
Morrer.

Ferida imposta,
Carne passiva,
Dor latejante,
Transcender.

Analgésico;
Desinfetante;
Esparadrapo;
Gaze.

Anestésico;
Alucinante;
Escapo;
E.... quase.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ana Cristina Cesar

"olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rompendo algemas

Temia escrever esse verso
E acontecer o inverso
Do que eu sempre quis.

Ver um sonho desfeito
Persistir no defeito
De sempre ficar por um triz.

Mas recordei o beijo
E reacendeu o desejo
E a vontade do bis.

Lembrei seu rosto sereno
E do corpo pequeno
Com trejeitos pueris.

Do seu sorriso saliente
Da mão impaciente
Da insegurança de aprendiz.

Sorri sozinho e encantado
Sim, você tinha me marcado
Como uma cicatriz.

Então fiz o poema
Rompendo a algema
Deixando para trás os dias gris.

Agora meu coração é seu
E quem antes era ateu
Crê que pode ser feliz.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Homenagem a mulher mais linda do mundo

Estou postando sua música favorita para mostrar o quanto você significa para mim. Em breve um poema só para você.

Pálida
Composição: Tavito/Aldir Blanc

Eu andei a vida inteira assim
Cintilando em despedidas
Meu buquê de sempre-vivas
Ou de margaridas num eterno adeus
Sensitiva, crio talismãs
E não perco a alegria
Canto como um passarinho
E, se o ar me falta,
Compenso em carinho
Toda feita de nuances
Morro como as flores dentro de um romance
Pálida, cálida, angelical.
Gosto de brincar, tranço de luar
Mortalhas pro meu aconchego
Pois morrer mais cedo é um jeito de pedir ao medo
Pra me dar sossego

Passa da meia-noite
E eu sonhando vou decifrar
O que as constelações
Escrevem na escuridão
Lá do balé da luz
Vejo meu corpo adormecer
Cansada, só volto a mim
Na estrela do amanhecer

Sei que vivo de morrer
Por ter outra idéia na cabeça
De tanto brincar com a sorte
Pode ser que a morte canse e me esqueça.