quarta-feira, 25 de março de 2009

Poema da amante

"Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.
Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.
Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.
Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.
Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.
Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente."

(Adalgisa Néri)


Minha inspiração anda perdida em meio a tantos sentimentos, por isso decidir postar um dos meus poemas favoritos.
Abraços fraternais a todos que me acompanham.
Em breve volto com os meus.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O preço da felicidade

Olhando a estrada da minha vida.
Me surpreendi ao ver rosas.
Encantado tentei tocá-las
E senti a fisgada dos espinhos.
Acordei do sonho...
Sim, a vida linda é a sonhada.
A realidade nos confronta com a dor.
Em tudo de bom há um mal escondido,
Uma mentira, uma intenção velada, uma traição.
A beleza mascarada é tentadora.
Atrai e seduz de maneira vil.
Aprisiona, ilude,
Até que embriagados sucumbimos.
Dai vem a conta...
Ser feliz tem um preço alto,
A ignorância.

terça-feira, 17 de março de 2009

Morte em vida

Transpassou num instante,
Como uma fecha flamejante,
E com uma dor lancinante,
Senti que ia morrer.

Pensei em qual Deus esfuziante
Eu ia rogar suplicante,
Para minha vida errante,
Continuar a viver.

Olhei calmo e silente,
E percebi inocente,
Que nada podia fazer.

Me deitei leniente,
Com o coração indolente,
E sorri do sonho de ser.

Não havia mais agonia
Era uma estranha alegria
De se fazer perceber.

E com louca euforia
Me entreguei a orgia
Entre a dor e o prazer;

quinta-feira, 12 de março de 2009

O reverso do verso

Versos soltos,
Palavras aparentemente sem sentido,
Poema desconstruído...
Tentativa vã de me conectar a você
Em uma linguagem singular.
Me desespero por querer te mostrar o novo em mim.
E assim te fazer entender,
O muito que o pouco de você é capaz.

Porque eu te amo!
Amo nas entrelinhas,
Na pausa entre as palavras,
No suspiro que surge em meio às lembranças.
E amo tanto que me perco tentando ser melhor.

Queria ter as armas dos verdadeiros artistas,
Mas sou apenas um homem apaixonado.
Deixo então a caneta deslizar sobre o papel
E abro meu coração por inteiro
Sentindo a insegurança peculiar dos amantes.

Trêmulo de paixão e medo de errar,
Me entrego as palavras e ao amor.
Assim posso te dar em beijos,
Em olhares e no aconchego do corpo,
O que em minha poesia faltar.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Em vão

Minha tristeza não é como embalagem de bala
Que enfeita ou pode ser removida na hora do prazer.
Está mais para aquele recheio líquido,
Que se espalha e muda o sabor inicial.
Ela está impregnada em mim,
E se liberta quando aprofundo quem sou.
Consigo domá-la por um tempo,
Mas sempre acabo me confrontando com sua face.
Talvez falte em mim a fibra para extirpá-la,
Ou mesmo tenha medo disso.
E se ela for embora e eu não for mais poeta?
Sim, sou incoerente e confuso.
Sou humano.
Não temo mostrar fraquezas.
Meu erro está apenas em me expor
Sem revelar o todo.
Mas o que é o todo além da soma de partes?
Ao escrever sobre essas partes desconexas de mim
Monto junto a quem lê
Meu real imaginário
Ou seria meu imaginário real?
De sentimentos e palavras vou sobrevivendo.
E as respostas podem estar em mim,
Ou em você.
Assim a busca continua...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Triste

Nasci para ser triste.
Sou assim derrotista por natureza.
Mesmo em meio a coisas lindas
Vejo sujeira e caos.
Dizem que depressão é congênita
Algo físico e incurável.
Ah sim, existem paliativos.
Drogas, álcool, remédios...
Mas prefiro escrever.
Nesse momento solitário revolvo as feridas.
Aqui líbero as feras reprimidas,
Os gritos silentes,
O amor que me salva da derrocada total.
E os dias passam...
E amanhece sempre do mesmo jeito.
Esse aperto no peito,
A dor ao abrir os olhos,
E a esperança que sua voz finalmente que conduza a luz.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O melhor presente

Ontem foi meu aniversário.
O primeiro em que sorri ao invés de chorar.
Não tenho recordações dos tempos de infância, talvez nessa época fosse diferente, mas desde que me conheço por gente sempre me odiei.
Olhava no espelho e não gostava do que via.
Tinha tantas raivas guardadas no peito, tantos medos que me tratavam as pernas...
Era um nada buscando uma utopia.
Até que você surgiu em minha vida.
Uma avalanche de sentimentos díspares me tomou por completo.
E consegui ver felicidade onde só havia caos.
O amor substituiu a dor,
A esperança, o medo.
Enxergar o mundo pelos seus olhos me fez renascer.
Hoje sou completo.
Me sinto forte e capaz.
E me tornei o homem que sonhei.
Nesse aniversário ganhei o melhor presente que poderia desejar.
Seu amor.
Por isso deixo aqui minha gratidão
Cantando aos quatro ventos o que sinto por você.
Você é minha musa, meus sonhos, meu tudo.

EU TE AMO!