quarta-feira, 11 de março de 2009

Em vão

Minha tristeza não é como embalagem de bala
Que enfeita ou pode ser removida na hora do prazer.
Está mais para aquele recheio líquido,
Que se espalha e muda o sabor inicial.
Ela está impregnada em mim,
E se liberta quando aprofundo quem sou.
Consigo domá-la por um tempo,
Mas sempre acabo me confrontando com sua face.
Talvez falte em mim a fibra para extirpá-la,
Ou mesmo tenha medo disso.
E se ela for embora e eu não for mais poeta?
Sim, sou incoerente e confuso.
Sou humano.
Não temo mostrar fraquezas.
Meu erro está apenas em me expor
Sem revelar o todo.
Mas o que é o todo além da soma de partes?
Ao escrever sobre essas partes desconexas de mim
Monto junto a quem lê
Meu real imaginário
Ou seria meu imaginário real?
De sentimentos e palavras vou sobrevivendo.
E as respostas podem estar em mim,
Ou em você.
Assim a busca continua...

Um comentário:

  1. Sensacional!

    Em terra de olhos, covarde é aquele que prefere ser cego.

    Você tem toda a visão!

    Seus textos são únicos, pq. são verdadeiros!

    Adoro!

    Beijos

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