quinta-feira, 5 de maio de 2011

Como?

Como se diz adeus ao amor da sua vida?
Com poemas amargos e dores passadas,
Com lembranças bonitas e esperanças vãs
Ou simplesmente com um te amo vago?

Mas como dizer um "eu te amo" vago ao amor de sua vida?
Com frases repetidas e palavras, hoje, sem sentido,
Com gestos incertos e lágrimas nos olhos,
Ou simplesmente com silencio?

Como manter silêncio com o amor da sua vida?
Apenas calando o poema,
Esquecendo as lembranças,
Omitindo as frases,
Secando as lágrimas...
Morrendo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ilógico

Antes que o mundo acabe
Ou que eu cabe com o meu
Preciso fazer o fogo que arde
Iluminar como Prometeu

Nessa singela paródia
Nesse pretenso poema
Sou a própria mixórdia
Ou o dito dilema

Tenho muito a perder
Vivo para nada ganhar
Ou de tanto prometer
Criei hábito de barganhar

Então pedi à vida um tempo
E a morte um alento
As duas me atenderam
E, daí? Me perdi...

Sei que o poema não rima
Mas minha vida é assim
Um inconstante sem fim
De um fracasso à obra prima

Se hoje canto em versos
É porque não sei outro jeito
De mostrar os universos
Que trago dentro do peito

Sei que sou pobre na escrita
Mas sou rico na dor
E tudo que em mim grita
Vira um poema de amor

Agora cansei das trovas
E vou falar sério
Quer descobrir o mistério?


Eu também.

sábado, 17 de julho de 2010

Vazio

Estou bêbado e jogado na cama.
Tudo gira com meus olhos fechados.
Resolvo abri-los a contragosto
E vislumbro minha vida no teto.
Sim... Parece aqueles slides dos anos 70.
Aqueles mesmos que morríamos de vergonha em expor.
Me vi criança tomando banho na piscina Tony,
E jogando frescobol com primos que nem lembro.
Vi meu primeiro beijo,
Meu primeiro cigarro,
E o vomito de vinho à lá exorcista.
Fechei os olhos de novo
Em um misto de nostalgia e horror.
Eu era assim? E isso era bom?
Deussssssssss. Help me!
O que aconteceu ao meu futuro?
Onde pequei, errei ou consumi as felicidades?
Penso: ainda bem que estou bêbado, de novo...
Assim consigo enxergar ou mascarar anseios.
Passei a vida matando esse menino
E hoje sinto falta dele.
Das risadas, da inocência, dos sonhos...
Às vezes ele me parece tão distante.
E outras sou EU, só que maior e mais perdido.
Queria saber terminar essa história,
Mas seria como prever o futuro.
Sou todo errado, eu sei,
Mas ainda guardo a esperança do menino
Em mim.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O que é felicidade?

Os olhos deles se cruzaram,
Foi inevitável o sorriso.
Aquele riso maroto, cúmplice...
Não! Não era atração sexual,
Era reconhecimento.
Ele e ela...
Cada um na ponta de um balcão,
Ele vodka, ela tequila,
Ela Hollywood, ele Malboro
Ele triste e ela também...
Pequenas diferenças e muitas semelhanças.
Os dois sabiam... Ahhh como sabiam
O que os havia feito estar ali,
Atravessar a noite fria de Porto Alegre,
Vencer medos por um trago...
Nenhum deles pensou em interagir,
Afinal a beleza não estava na companhia
E sim em se reconhecer num “alguém”
Naquele momento eles não eram freaks
Existia uma alma gêmea,
E isso fazia a solidão se dissipar.
A noite findou...
Sozinhos ele e ela voltaram a “vida”
Mas aquele olhar,
Aquela, simples troca de olhar,
Fez de ambos um pouco menos infelizes.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fulgás.

Não sei dizer se dores são eternas,
As minhas são quase crônicas.
Não consigo enxergar felicidade
E isso bloqueia minhas pernas,
Veda meu coração,
Paralisa meus pensamentos.
Perdido, fujo...
Vou para meu recanto interior.
Aquele lugar onde nada me atinge,
Mas onde as emoções são veladas.
Vale a pena viver assim
Entre pseudos sentimentos
E “controle”?
Penso que sim
Sinto que não.
Enquanto não encontrar o equilíbrio
Entre a mente e o coração
Serei assim...
Ambíguo e infeliz.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Despedida

Angustiado venho aqui hoje me despedir de vocês.
Sem poemas em lágrimas, mesmo emocionado, digo adeus.
Aos que me acompanharam nesse tempo fica meu agradecimento eterno.
Só eu sei o quanto as palavras de incentivo, as críticas construtivas e o carinhos que sempre recebi, me ajudaram a suportar essa maldita sina a infelicidade que me acompanha.
Deixo com vocês meu coração e um conselho: continuem escrevendo... Poetar é a forma mais linda de sofrer.
Abraços fraternais a todos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Vampiro

Quando te bebo te sinto
Como um fogo que consome meu corpo.
E deixo descer pela minha goela
O que de você ainda me assusta.
E desse jeito meio louco,
Te absorvo com um vício
E levo dentro de mim como uma sina.
Possuído me perco
Nesses contraditórios sentimentos.
Te amo, você sabe
Mas odeio precisar de você.
Juntos somos força e beleza
Eu sem você perco o brilho.
Numa simbiose assustadora,
Me tornei um espelho do seu amor.
Sem perceber fui levado
A ser quem não sou.
Onde termina você em mim?
Queria saber a resposta...
Enquanto não acho
Vou vivendo da sua energia.
Como um vampiro sedento
Mas com a alma vazia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bem vindo

Procurei. felicidade...

No sacro e no profano
Normal e insano
Fui lógico e freudiano
Olhei o céu e o oceano.
Em vão...

Vasculhei..
Em florestas e lagos
Drinks e tragos
Profundos e vagos
Dor e afagos.
Em vão...

Busquei...
Na lua e no sol
No altar e no lençol
No sustenido e no bemol
Com rede e anzol
Em vão...

Já sentindo no peito a lança
Veio uma inesperada esperança
E a resposta que eu procurava

Sem o egoísmo que trava
Jorrou em mim como lava
A felicidade em forma de criança.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sumido?

É amigos, ando sumido. falta de tempo de estar aqui com vocês.
Mas nem todos os motivos são ruins.
Estou finalizando o livro, vou ser pai e as responsabilidades da vida me impedem de expressar as loucuras.
E eu sempre avesso as ordens, fui alcançado pela mão do destino.
Confesso que estou amando a nova fase de minha vida apesar da falta que esse espaço me faz.
Porém distâncias são passageiras e idéias estão fervilhando.
Em breve mostrarei alguns poemas do livro e outros que a felicidade anda me inspirando;
Preciso só de mais uns dias para voltar ao normal rs
Abraços a todos que me visitam. Peço desculpas pelo sumiço e por não estar comentando nos blogs. Obrigado pelo carinho nos comentários

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A primeira morte

Os olhos abrem com dificuldade
A luz desconhecida é cegante.
O ar falta aos pulmões
Um tapa faz derramar as primeiras lágrimas.
Está sujo, nu e exposto
Analisado da cabeça aos pés a procura de defeitos
O cheiro de éter entorpece
As muitas vozes assustam
Um colo de mulher acalma
Suas feições não reconhecidas, mas estranhamente cúmplices
Um homem e uma tesoura, sua voz é familiar
O corte é seco e dolorido
Vínculos do passado cortados a sua revelia
Transformação. Morte.
Agora é um individuo e não mais extensão
Está definitivamente só.
Chorando protesta
Mas não existe volta
A partir desse momento se torna uma marionete do destino.
E percebe tardiamente
Que à hora do nascimento será a metáfora de sua vida

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ela solidão

Nem bem os olhos secaram as primeiras lágrimas
E outras verteram como cachoeiras.
Outro golpe desferido contra um coração frágil,
Mais uma das grandes desilusões.
Ela jurara a si mesma: “nunca mais”.
Só não sabia como cumprir a promessa.
Como se protege um coração?
Saber se um olhar é verdadeiro
Ou um toque falso?
Não se ensina isso na escola,
Só na porrada. Na dor...
E ela andava cansada dessa vida.
Temia que nunca fosse digna do amor que ouvira falar.
Onde estava o príncipe encantado da infância,
Ou o homem perfeito dos romances?
Onde se esconderam seus sonhos?
Muitas perguntas, poucas alegrias...
Conviveu sempre com lares desfeitos,
Amarguras eram ouvidas com requintes de detalhes,
Não era para ela acreditar no amor.
Mas acreditava, acredita.
Sabia que de alguma maneira alguém,
Em algum lugar, sentia-se igual.
Tinha que haver essa pessoa.
Ninguém pode se sentir metade.
E ela era assim, incompleta.
Talvez não fosse só a falta de amor carnal.
Ela se sentia só na vida.
Era como se nascesse em uma redoma
Distante do mundo real.
Tudo em sua vida era patético
Ou poético.
Sem meio termo.
Quem sabe patético poético, mas igualmente vazio.
Sem saber lidar com a vida
Entregou-se as palavras
E poetizou chorando suas mazelas rotineiras.
Bebeu as mágoas em doses generosas,
Fugindo da vida que nunca entendeu.
Ainda a vejo sentada no mesmo boteco.
Cigarro no cinzeiro, conhaque no copo
E a caneta escrevendo sobre o papel molhado de lágrimas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Metades

Se eu pudesse por um momento ler sua mente
O que ela me diria?
Sou o amor da sua vida ou alguém que preenche seus vazios?
A ânsia em descobrir é tão grande quanto o medo da verdade.
Prendi-me tanto a esse dia, sentimento...
Busquei em mulheres vazias,
Em corpos vadios,
Bebedeiras sem fim.
Esse tal amor que toma por inteiro.
Agora olho para trás e vejo vazio...
E em seus olhos, dúvida.
O mal está em mim incrédulo
Ou você em outra freqüência?
Temo momentos de “verdades”
E sofro com vidas de “mentira”
Queria ter ainda os primitivos sensores
Os que diziam em off: “tudo vai ficar bem, vocês se amam.”
Onde eles se perderam?
Onde nos encontramos tão individuais?
Essa maldita separação na mente
Ego e ID
Odeio.
Odeio pensar que somos mais ou menos que amor..
Mas me sentiria um bosta sem respostas,
É sou confuso. “basket case”
Azar seu que me lê.
Ou meu que me levo a sério.
DEUS, só quero aquela velha fórmula:
Um amor, um filho e se puder um pouquinho de felicidade

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O que o amor?

Os olhos dela pareciam estranhos. Com um que de julgamento. Aquele brilho fascinante de antes tinha se tornado de um negro acusador. Seus toques eram agora substituídos por um farejar disfarçado. Como a de um cão que procura provas.

Os dele oscilavam entre incrédulos e culpados. Talvez não por ter feito algo, mas por saber que ela sempre teria motivo para julgá-lo. Sim, ele passou a vida deitando de camas em camas em uma busca frenética. E como amar um homem assim? Mas ele a amava e muito. Só não sabia demonstrar. Fazia poemas e músicas dedicadas a ela, mas essa sempre foi sua arma de sedução. Como agora ter certeza de que era verdadeiro?

Ela sentia seu corpo vivo em momentos íntimos. Sabia que não era mentira o prazer ou seus arrepios. Mas sempre havia inconstância nele. Sua tristeza, seus devaneios, culpas e o medo de se comprometer a ponto de colocar alguma coisa acima de seus dogmas.

Ela pensava que se relacionar era entrega e ele que era deixar fluir o bom esquecendo passado. Ela gostava de DR e ele achava que resolvia tudo em uma trepada.

Assim passaram os anos de “namoro”. Nenhum feliz, mas ninguém totalmente insatisfeito. Em um comodismo mórbido aos olhos dos românticos, mas em uma cumplicidade única entre duas pessoas que se amam.

Onde reside o certo ou o errado no amor? Quem dera ele ou ela soubesse. A única coisa certa entre eles era que nada, nunca, teria capacidade de separá-los

Explicação

Olá meus amigos,

Devido a problemas de ordem particular não estou conseguindo manter o blog atualizado e comentar os que sigo fielmente.
Em breve tudo voltará ao normal e acompanharei com esmero seus escritos que sempre me encantaram.

Obrigado por vocês pela força que sempre me deram. Nunca esquecerei as palavras de apoio que sempre recebi. Isso me faz ter certeza de que não tardarei a voltar.

Beijos a todos e até a volta.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Para a peixinha

Eu entendo suas dores,
Esse amar entregue e sem limites,
A solidão de não se fazer compreender.

Também vejo as lágrimas caindo no teclado,
A pausa medindo o quanto se expor,
E a impossibilidade de conter a verdade.

Sinto suas noites insones
Tentando achar o erro,
Mas tirando o melhor do inevitável fim.

Somos peixes fora dӇgua sem amor.
Vagamos soltos em busca de outras redes
Esperando que o próximo complete nossa falta.

Porém amiga, somos fortes.
E estamos sempre prontos a recomeçar.
Porque nenhum fracasso pode nos tirar
A crença no amor verdadeiro.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fim

O primeiro corte raso e indolor
Um filete fino de sangue escorre
A carne lateja em espasmos
Outro gole, trago e lágrimas...
A mente turva cria imagens,
Diálogos mudos:
“Mãe estou machucado”
“Padre, isso é pecado?”
A lâmina troca de mão.
Hora da decisão final.
O segundo corte profundo,
Decido e dolorido.
O sangue esguicha.
Último gole generoso.
O corpo afunda na água.
Cigarro preso a mão imersa.
A banheira tomada de vermelho vívido,
Lembra um filme de Tarantino.
Sorriso sarcástico e fingido
A consciência some
A última frase de uma vida...
“Inferno, aqui vou eu.”

domingo, 19 de abril de 2009

Contrastes

Claudia encarava a vida como um jogo de pôquer. Todos eram adversários em potencial. Era uma grande jogadora e sabia quais trunfos usar: Mascarar emoções e observar atentamente os sinais. Aprendeu muito cedo a usar essas armas. Desde o tempo em que vendia flores nos bares de Cidade Baixa. Tinha sempre um sorriso no rosto, uma frase feita e seduzia com ar inocente. Assim aprendeu as manhas da vida e como extrair prazeres evitando a dor.
Não era uma mulher linda, daquelas de parar o trânsito, mas sabia usar a feminilidade com maestria. Tinha cabelos e olhos negros e uma pele alva que lhe dava uma aparência entre gótica e clássica. Usava maquiagem suave e adornos discretos. Parecia saída de um filme, de tanta perfeição. Uma matadora. Colecionava corações como se fossem selos. Usava os homens ao seu bel prazer. Desfrutava do melhor da vida. Ganhava muitos presentes de seus admiradores, mas nunca se vendeu. Era orgulhosa demais para isso. Apenas aceitava de bom grado as demonstrações de afeto, mas não precisava deles para viver. Tinha conseguido vencer por conta própria.
Numa noite estava sentada em um bar e ria dos homens que disputavam ferozmente a honra de pagar-lhe um drink. Eram vários “espécimes interessantes” pensava se decidindo quem seria o escolhido. Entre uma e outra jogada de cabelo, seus olhos se cruzaram com um rapaz na mesa do canto. Se ela parecia Gilda, ele estava mais para um nerd de cinema besteirol.
Ele estava com um grupo de amigos que volta e meia olhavam para Claudia entre risos e cobiça. Mas ele se mantinha olhando para baixo. Léo era um rapaz tímido e sem brilho. Estudava letras e era poeta nas horas vagas. Não se podia dizer que era feio, ao contrário, tinha vários encantos. Inteligente e sensível era o sonho de consumo das meninas românticas. Tinha olhos azuis escondidos por um par de óculos e uma pele morena que fazia um contraste belo. Durante todo o tempo que permaneceu no bar não desviou o olhar do copo. Talvez tenha sido o único naquele salão a passar incólume pelos encantos de Claudia.
Ela também percebeu isso e gostou da idéia de seduzi-lo por diversão. Como já tinha marcado o encontro da noite deixou a brincadeira para outro dia. Mas antes de sair se certificou que ele era freqüentador do bar. E era. Passava regularmente por lá na saída da aula.
Algum tempo se passou até que se encontrassem novamente. Claudia dessa vez estava sozinha e Léo chegou com sua trupe de sempre. Os rapazes não tiravam o olho dela, que sorria como se fizesse um convite. Não demorou para um deles vir até a mesa e se sentar. Como era um rapaz lindo e seu alvo parecia estar mais interessado na vodka, Claudia se deixou levar e esqueceu-se de Léo.
Eles se esbarraram várias vezes nos meses que se seguiram e a cena sempre se repetia.
Ela tentando seduzir e ele parecendo não ter interesse. Claudia já estava enlouquecida. Nenhum homem havia ficado imune aos seus encantos. Aquele rapaz só podia ser gay ou cego. Ela teria que tomar uma atitude que evitava a todo custo, atacar de maneira escancarada. E assim foi.
No fim de semana seguinte ela se produziu para arrasar e ficou no bar a espera de Léo. Ele não demorou a chegar com os amigos, mas dessa vez ela o encarou com desejo, e finalmente se fez notar. Os amigos de Léo o cutucavam, chamando a atenção para o que acontecia, mas ele era tímido demais para se insinuar. Ao perceber isso, Claudia esperou que ele se levantasse e foi atrás puxar conversa.
Ele a recebeu com um misto de pavor e euforia. Nunca imaginou que uma mulher como ela poderia notá-lo. Claudia o convidou para sua mesa e começaram uma longa conversa mesclada com beijos tórridos.
Era nítida a química que brotava de seus corpos. Tinham pouco em comum e a descoberta de mundos novos fez nascer um encantamento mútuo. Depois de um tempo ela se “ofereceu” para ir a casa dele e se conhecerem melhor. Claudia não era mulher de perder tempo, e mesmo um pouco assustado, Léo concordou e saíram em direção a sua casa.
Nem bem a porta se abriu ela já foi se jogando sobre ele, beijando seu pescoço e tentando desabotoar sua camisa. Léo a afastou, carinhoso, pedindo que tivesse calma. Aquilo desconcertou Claudia. “Que homem estranho” pensou antes de encará-lo com dúvidas de ter feito a escolha certa. Ele sorriu e afastou uma mecha de cabelo que caia sobre seu rosto e a tomou em um beijo terno e apaixonado. Devagar a conduziu ao quarto e cheio de carinho começou a despi-la. Claudia estava atônita, não sabia o que fazer e então se deixou levar. Cada toque dele em seu corpo era uma sensação nova e quando finalmente se deixou dominar, sentiu um prazer que jamais experimentara em sua vida.
Depois de um tempo ele adormeceu e ela não pode evitar o sorriso ao olhar aquele menino que estava deitado ao seu lado. Era mais bonito do que ela se lembrava e não podia negar que era também um amante “de primeira”. Pensou em quebrar sua regra número um de nunca repetir homens, mas logo mudou de idéia e levantou para se vestir. Sim, tinha sido bom, mas era hora de voltar a sua vida.
Caminhou em direção a sala com cuidado para não acordá-lo e quando chegou lá acendeu a luz para procurar sua bolsa. O que viu a seguir foi um choque. Haviam desenhos dela espalhados por todos os cantos. Alguns com pequenos poemas escritos no rodapé. Ele havia captado vários momentos e reproduzido de cabeça, em horas que ela nem notava seu olhar. Era uma declaração de amor silenciosa e ao perceber isso não pode evitar as lágrimas.
Claudia olhou um a um os desenhos e ao fim sentiu uma vontade louca de voltar ao quarto e se jogar nos braços de Léo. Ela viu que podia amá-lo também que isso seria uma vida nova. Sonhos românticos começaram a povoar sua mente e derreter seu coração de gelo. As lágrimas corriam soltas e estava confusa com sua reação.
Precisava pensar. Tudo aquilo era muito novo e foi ao banheiro lavar o rosto e se recompor. Ao erguer a cabeça e se encarar no espelho tudo ficou nítido de novo. Secou os olhos e retocou a maquiagem enquanto falava em voz alta como a tentar se convencer. “A vida não é um conto de fadas.” Então passou o batom decidida e voltou para a sala dando uma última olhada em seus sonhos. Bateu a porta deixando para trás o que poderia vir a ser o único amor de sua vida.
Na rua, o brilho do sol já se fazia notar e caminhou por entre os carros com uma certeza no coração. “Ninguém, jamais, tiraria dela uma lágrima sequer.”

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Carta a uma amiga

Queria poder ser ainda seu melhor amigo,
Estar ao seu lado nessas horas difíceis
Entender o que te aflige e tortura.
Aqui tem um ombro, um colo e ouvido,
Esperando sua carência, seu corpo aninhado e seu grito.
Entendo tanto de dores e amores,
Então porque não me procurou?
Amor, amiga, nunca deve ser sofrido;
Ele é pleno de beleza, poesia e renovação.
Se te machuca, esqueça.
Você sempre foi maior que nós.
Era o porto seguro dos que a cercavam.
Onde foi que tudo isso se perdeu?
Seus lindos olhos verdes antes brilhantes
Agora são cinza e sem vida.
Seu sorriso se transformou em lágrimas.
E até sua vida quase entregou.
Não entendo amor assim.
Quero ver de novo sua coragem,
A garra e poder que te diferenciava.
E conte sempre com meu amor amigo,
Incondicional e eterno.
Força.
E aceite minha mão estendida
Hoje e sempre.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Poema da amante

"Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.
Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.
Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.
Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.
Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.
Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente."

(Adalgisa Néri)


Minha inspiração anda perdida em meio a tantos sentimentos, por isso decidir postar um dos meus poemas favoritos.
Abraços fraternais a todos que me acompanham.
Em breve volto com os meus.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O preço da felicidade

Olhando a estrada da minha vida.
Me surpreendi ao ver rosas.
Encantado tentei tocá-las
E senti a fisgada dos espinhos.
Acordei do sonho...
Sim, a vida linda é a sonhada.
A realidade nos confronta com a dor.
Em tudo de bom há um mal escondido,
Uma mentira, uma intenção velada, uma traição.
A beleza mascarada é tentadora.
Atrai e seduz de maneira vil.
Aprisiona, ilude,
Até que embriagados sucumbimos.
Dai vem a conta...
Ser feliz tem um preço alto,
A ignorância.