sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ela solidão

Nem bem os olhos secaram as primeiras lágrimas
E outras verteram como cachoeiras.
Outro golpe desferido contra um coração frágil,
Mais uma das grandes desilusões.
Ela jurara a si mesma: “nunca mais”.
Só não sabia como cumprir a promessa.
Como se protege um coração?
Saber se um olhar é verdadeiro
Ou um toque falso?
Não se ensina isso na escola,
Só na porrada. Na dor...
E ela andava cansada dessa vida.
Temia que nunca fosse digna do amor que ouvira falar.
Onde estava o príncipe encantado da infância,
Ou o homem perfeito dos romances?
Onde se esconderam seus sonhos?
Muitas perguntas, poucas alegrias...
Conviveu sempre com lares desfeitos,
Amarguras eram ouvidas com requintes de detalhes,
Não era para ela acreditar no amor.
Mas acreditava, acredita.
Sabia que de alguma maneira alguém,
Em algum lugar, sentia-se igual.
Tinha que haver essa pessoa.
Ninguém pode se sentir metade.
E ela era assim, incompleta.
Talvez não fosse só a falta de amor carnal.
Ela se sentia só na vida.
Era como se nascesse em uma redoma
Distante do mundo real.
Tudo em sua vida era patético
Ou poético.
Sem meio termo.
Quem sabe patético poético, mas igualmente vazio.
Sem saber lidar com a vida
Entregou-se as palavras
E poetizou chorando suas mazelas rotineiras.
Bebeu as mágoas em doses generosas,
Fugindo da vida que nunca entendeu.
Ainda a vejo sentada no mesmo boteco.
Cigarro no cinzeiro, conhaque no copo
E a caneta escrevendo sobre o papel molhado de lágrimas.

6 comentários:

  1. Agente sempre diz nunca mais.........e logo cai por escolha e não por descuido,novamente num olhar armadilha.
    e quer saber...é tão bom.

    afagos meus

    Denise

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  2. Ammmmei seu blog e vou segui-lo parabéns pelas postagens.
    Bjka e uma mega semana..

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  3. A dor vibrada na lira do bardo,o som vibrado na corda que ata os amantes de um mesmo destino tramado e revivido a cada queda,assim tambem te digo...Um forte Abraço

    Paz Pronfunda caro amigo!
    Um abraço forte abraço!

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  4. O coração zomba dos "nunca mais".
    É toda a verdade que sei.

    Ass: Uma reincidente!

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  5. o meio tempo
    o termo ao meio

    em dias de chuva
    os olhos se abrem feito fendas
    na represa de nós

    desagua rio
    esbanja frio
    embrulhado no papel
    para a entrega de amanhã
    bate a porta, outro dia
    abre comporta outra vez

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