Antes que o mundo acabe
Ou que eu cabe com o meu
Preciso fazer o fogo que arde
Iluminar como Prometeu
Nessa singela paródia
Nesse pretenso poema
Sou a própria mixórdia
Ou o dito dilema
Tenho muito a perder
Vivo para nada ganhar
Ou de tanto prometer
Criei hábito de barganhar
Então pedi à vida um tempo
E a morte um alento
As duas me atenderam
E, daí? Me perdi...
Sei que o poema não rima
Mas minha vida é assim
Um inconstante sem fim
De um fracasso à obra prima
Se hoje canto em versos
É porque não sei outro jeito
De mostrar os universos
Que trago dentro do peito
Sei que sou pobre na escrita
Mas sou rico na dor
E tudo que em mim grita
Vira um poema de amor
Agora cansei das trovas
E vou falar sério
Quer descobrir o mistério?
Eu também.
Estava acordado buscando alguma coisa para refletir e nada melhor que recorrer as suas palavras,as sinto como pequenas chamas que invadem nosso inconciente e tomam proporções desconhecidas...
ResponderExcluir"Se hoje canto em versos
ResponderExcluirÉ porque não sei outro jeito
De mostrar os universos
Que trago dentro do peito"
Grave problema dos poetas, resumiste em uma estrofe. Transformando dores em poemas de amor...
Gostei meu caro, e realmente achava que tinhas parado de escrever. Pois acredite, venho à este blog desde o início de 2009.
E vi uma postagem que abandonarias o blog (pelas postagem do ano talvez esteja), mas espero sinceramente que não.
Abraço, senhor poeta.
você é maravilhoso.
ResponderExcluirFez-me pensar em tantas coisas de mim.
A incrível diferença entre o poeta e o simples escritor é que o escrito escreve, o poeta TOCA.
TOCA NA ALMA, TOCA NO ABISMO, TOCA NO OUTRO, TOCA NO GRANDE OUTRO.
Já me inspirei, em vc, por vc, com vc.
"gozemos junto", mais uma vez.