quarta-feira, 27 de maio de 2009

O que o amor?

Os olhos dela pareciam estranhos. Com um que de julgamento. Aquele brilho fascinante de antes tinha se tornado de um negro acusador. Seus toques eram agora substituídos por um farejar disfarçado. Como a de um cão que procura provas.

Os dele oscilavam entre incrédulos e culpados. Talvez não por ter feito algo, mas por saber que ela sempre teria motivo para julgá-lo. Sim, ele passou a vida deitando de camas em camas em uma busca frenética. E como amar um homem assim? Mas ele a amava e muito. Só não sabia demonstrar. Fazia poemas e músicas dedicadas a ela, mas essa sempre foi sua arma de sedução. Como agora ter certeza de que era verdadeiro?

Ela sentia seu corpo vivo em momentos íntimos. Sabia que não era mentira o prazer ou seus arrepios. Mas sempre havia inconstância nele. Sua tristeza, seus devaneios, culpas e o medo de se comprometer a ponto de colocar alguma coisa acima de seus dogmas.

Ela pensava que se relacionar era entrega e ele que era deixar fluir o bom esquecendo passado. Ela gostava de DR e ele achava que resolvia tudo em uma trepada.

Assim passaram os anos de “namoro”. Nenhum feliz, mas ninguém totalmente insatisfeito. Em um comodismo mórbido aos olhos dos românticos, mas em uma cumplicidade única entre duas pessoas que se amam.

Onde reside o certo ou o errado no amor? Quem dera ele ou ela soubesse. A única coisa certa entre eles era que nada, nunca, teria capacidade de separá-los

2 comentários:

  1. com todos esses conflitos e pensamentos ainda permanece a única verdade entre os dois: o amor! (:
    adoreeeeeei.

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  2. Faço das palavras da Ingrid as minhas!
    Adorei, adorei, adorei.

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