segunda-feira, 13 de julho de 2009

A primeira morte

Os olhos abrem com dificuldade
A luz desconhecida é cegante.
O ar falta aos pulmões
Um tapa faz derramar as primeiras lágrimas.
Está sujo, nu e exposto
Analisado da cabeça aos pés a procura de defeitos
O cheiro de éter entorpece
As muitas vozes assustam
Um colo de mulher acalma
Suas feições não reconhecidas, mas estranhamente cúmplices
Um homem e uma tesoura, sua voz é familiar
O corte é seco e dolorido
Vínculos do passado cortados a sua revelia
Transformação. Morte.
Agora é um individuo e não mais extensão
Está definitivamente só.
Chorando protesta
Mas não existe volta
A partir desse momento se torna uma marionete do destino.
E percebe tardiamente
Que à hora do nascimento será a metáfora de sua vida

10 comentários:

  1. A primeira morte ocorre logo ao nascer...
    Muito bonito teu poema! (:
    Como esta o andamento do livro?
    Um Abraco da Elo!

    Ah, P.C vem de Paulo Cesar?

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  2. Sera papai? *-*
    Estou super contente por voce.
    E agradeco as visitas, tambem adoro ler teus poemas!

    Um beijao, futuro papai!

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  3. Olá, td bom?
    Desculpe minha ausencia, mas fiquei uns dias sem internet, e entrei agora rapidamente aqui no trabalho, aí ja viu neh...

    bom, acredito que amanha ja poderei passar normalmente para conferir as novidades por aqui e ler com calma...

    Tirei um tempinho aqui e postei algo que precisava a um tempo, uma ENQUETE para a escolha do nome de meu blog, como sigo você, gostaria muito de sua colaboração, a enquete está como primeiro gadget ao lado direito do blog...

    Qualquer coisa sugestões de nomes será mto bem vindas...

    Agradeço desde o momento

    bjão

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  4. Descreves o nascer e o morrer!
    O que é o homem se não uma marionete do destino? não sabe para onde vai, para que e porque, não sabe como fica e onde fica, não sabe nada este ser humano medíocre.
    Suas idéias insanas incitam meu paladar, pois adoro devorar a alma dos autores, estes que escrevem com os sentidos.


    NAMASTÊ MEU CARO AMIGO.

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  5. Olá... Gostei daqui!
    Poemas bem legais :)

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  6. Maravilha,do abraço que nos envolve e nos leva a adormecer o sono eterno....

    Parabens!

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  7. A passagem de um mundo para outro sempre é uma morte e uma ressurreição. Sempre é.

    Ainda assim, eu morrei só para ressuscitar e ficar mais perto da minha infância.

    Você tem sensibilidade nas pontas dos dedos.

    Um abraço

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  8. "Que à hora do nascimento será a metáfora de sua vida."

    Gostei do ângulo a que foi abordado o nascimento. Talvez ela seja idéia para aqueles que se consideram ou a vida os tornou um moribundo que não vê sentido algum na vida.

    As vezes surtos disso, de me sentir inútil.

    Andei olhando alguns comentários, está a escrever um livro?

    Grande abraço.

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  9. Uau, meio profundo e sofrido esse poema. Mas gostei por tratar rapidamente com pocas palavras a passagem de uma pessoa até a chegada da morte.

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  10. lindo. ainda sem palavras que possam chegar aos pés do que acabei de ler

    dolipo.blogspot.com

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