sábado, 17 de janeiro de 2009

Como um vício

Acordei de madrugada suando frio
Os músculos se contraiam em espasmos involuntários
E aquela dor do corpo típica das crises de privação
Sim, estava sentindo falta da droga que me acalmava

Levantei cambaleante e acendi um cigarro
Tentava desesperadamente controlar o incontrolável
Sentei no parapeito da janela
E a calçada exercia um estranho magnetismo

Desviei o olhar e me afastei da tentação de pular
Precisava urgente de uma dose
Meu orgulho e vontade lutavam entre si
E só eu perdia essa batalha

Já sem forças sucumbi
Me arrastando cheguei ao telefone
Dedos trêmulos discavam automáticos
Aquele número maldito.

-Alô - ouvi sua voz inebriante
Uma onda me invadiu como por mágica
Não respondia temendo quebrar o encanto
Mais um alô e estava saciado

Deitado no chão frio, os olhos arregalados
Meu corpo pulsando e podia sentir plenamente
O coração batendo apaixonado
Então me assumi viciado....

Em você



2 comentários:

  1. Olá! Gostei muito do texto!

    Tem todos os elementos de uma boa narração!

    Espero visitá-lo sempre, como espero uma visitinha sua em meu blog!

    Um abraço!

    ResponderExcluir